28/12/2008


Soneto pela concentraçãoUma poesia! Uma poesia!
Meu reino por uma beleza...
Mamãe tanto me pedia
Para acabar com a tristeza

Toc, toc, toc. Sou eu, mente!
Vem concentração, por favor.
Tão intransigente...

Palavras boas acabaram
Por fugir de mim?
De minhas viagens partiram
Do início ao fim

Voltem aqui,
Meus pensamentos! Seus voláteis!
Não... Já os esqueci.

Gabi Faria

26/12/2008


Um soneto para o vazio
Uma mente sem inspiração
É carente de espaço
Bem usado no compasso
De vida de ilusão

Já escreveu bem
Vácuo da alma sumia
A razão vinha do além

Mãos cheias de dificuldade
Amaldiçoam papel e caneta
Agora tão sem utilidade

Olhos rabiscados
Uns traços sem sentido
Incolores, desencantados
O encanto havia sumido

O vazio a tinha possuído...


Gabi Faria

23/12/2008


CARTA AO VIZINHO CHINÊS


Deve ser gêmea, senão a mesma,
é a de ontem, é igual e se disfarça
numa metade escurecida
a lua
que neste momento ronda
como eterna sentinela
a trazer fosca iluminação
sobre a caixa de fósforos,
sobre os palitos
que conhecerão em chamas - um sol.

(Existe o inverso sentido,
o sol iluminando a lua,
e a lua iluminando os pedaços de sol
guardados nos fósforos).

Deve ser sem dúvida a mesma,
a lua que amanhã olhará
um desconhecido
que neste momento mora na China
e faz uma vigília qualquer
sobre o arroz.
(Temos a mesma lua,
somos cúmplices destas iluminações).

Já chega a ser mais do que gêmea,
é exatamente a mesma,
quero simplificar
a lua que volta
amadurecida,
e não estou mais só apenas
olhando a lua,
e seria como se ela me olhasse
e de outras existências
ela, a lua, me permitisse conhecimentos.

Assim sendo
ó desconhecido chinês
não sei o teu exato tráfego
entre esta lua,
e há uma grave denúncia,
uma sonora, uma metamorfoseada denúncia
quando a lua
vem nos dizer que apenas passa
sempre por uma frágil rua
que chamam mundo,
uma única rua descalça
que é a mesma
que existe na Grande Muralha,
que é a mesma
por onde o carteiro
chega a minha porta.
A lua nos faz um só acontecimento.

Assim sendo,
ó já visto chinês,
peço que também
coloques a tua mão sobre a nossa lua.

Tenho olhado esta lua,
venho pensando nos grãos de arroz,
e no instante em que morreu
a tua última imperatriz
de pequenos pés.

Tenho pensado numa embarcação
cheia de muitos,
muitos
antepassados olhando a lua enquanto era uma noite
uma espessa noite,
até que todos eles reunidos
pudessem vir me trazer apenas dois olhos
para olhar esta lua.

Tenho visto tuas porcelanas,
tenho visto algo do azul
desbotando
e sendo devorado por dragões.

Sei,
deves gostar de pingue-pongue
e o mar, o mar
é uma grande mesa quando sobre as águas
passa a lua, - uma bolinha
sobre as águas
e que vai
e volta,
e que vai
e volta.
Estamos assim dentro de um jogo.

Por fim já vizinho,
conhecidíssimo
e amigo chinês -
o jogo é muito antigo.

Olhes a tua lua,
olhes a minha lua,
jogues para cá,
jogarei daqui a tua lua.

Fico aqui pensando em milenares dragões
que querem devorar
o mar,
o arroz,
e a nossa única lua.

[Luís Sérgio dos Santos]

O PERIGO DO DRAGÃO

Me falaram do perigo do dragão
o homem não consegue se livrar da castidade
da religião
da lei imposta da moralidade.

Dentro de mim mora o dragão
da natureza
espontâneo e suficiente
e por mais que me obriguem a fugir
não há nada que me tente
tanto.

Tem o caráter do fogo
o nervo, o temperamento
do proibido
e rompe a linha do extremo
além do sentido.

Dança o movimento sublime
ultrapassa o cerco
o limite, o crime, o desatino
além da nossa dualidade
na dimensão perigosa
de onde se extrai o destino.

Tudo está contido em tudo, cada coisa
se transforma em outra
contínuo o fio da ação
cada um carrega em si o seu oposto
a vida é o germe da destruição.

[BRUNA LOMBARDI]

O SENHOR YÈ GOSTAVA DE DRAGÕES



«Zi Zhãng foi visitar o senhor Ãi de Lu mas, como este último se tivesse recusado a

recebê-lo durante sete dias, resolveu deixar um recado ao cocheiro: "Foi porque ouvi

dizer que o teu senhor aprecia os letrados que vim de tão longe para o ver. Atravessei

orvalhos e geadas, sofri com o pó e a sujidade e caminhei tanto que os meus pés se

encheram de bolhas. Não me dei descanso para ver o teu senhor e, no entanto, há sete

dias que ele me trata sem cortesia, recusando receber-me.

"O apreço do teu senhor pelos letrados assemelha-se ao gosto do senhor Yè pelos

dragões. O senhor Yè gostava muito de dragões: gravou um dragão no seu gancho,

gravou um dragão no seu cinzel e decorou todos os seus quadros com dragões. Mal

soube disto, o dragão celeste desceu até à sua casa. Porém, quando o senhor Yè o viu a

espreitar pela janela com a cauda à mostra na sala, desatou a fugir. Ficou sem pingo de

sangue, muito pálido.

"Enfim, o senhor Yè não gostava de dragões. Gostava do que se parece com um dragão

mas não é um dragão.

"Ouvindo dizer que o teu senhor aprecia os letrados, vim de muito longe até aqui para o

visitar. No entanto, durante sete dias, ele tratou-me sem cortesia e não me recebeu. O teu

senhor não aprecia os letrados mas apenas aqueles que, parecendo letrados, não o são.

"No Shi-jing lê-se: "Não é possível esquecer o que o coração encerra!" É por isso que eu

me atrevo a deixar esta mensagem.»


LIÚ XIÀNG

(71-6 a. C.)

("O Rosto do Vento Leste - doze textos de prosa clássica chinesa")

[Tradução de Cláudia Ribeiro e Zhang Zhèng-chun]
Dragão das Eras



Entidade magnífica
Alma punidora
em 1800 anos de liberdade
e caos que levará ao fim
nascente do longínquo oriente

Ódio em essência
forjado pela humanidade
em desenfreada jornada
rumo ao destrutivo destino
predecessor de uma juventude

Encarnação da supremacia
Dominação em seu punho
e sagrado sangue
em pulsante força imperial

Forças contrárias
que impedem catástrofes
O fogo do dragão é aprisionado
mas jamais extinto
na perduração do poder

Tempo de descanso
almas em serenidade
A chama enfraquecida aguarda
o tempo que fortalece
um futuro ardente
de fogo, ódio e fúria
em predestinada era de caos
E o Dragão Orochi
abrirá seus olhos uma vez mais.
[Fabio de Oliveira]

19/12/2008


FÁBULA PARA ANFÍBIOS
Para Nícolas e Aléxis

o menino menor trouxe na mão o ciclone
o maior, o dragão afônico
ambos queriam um cometa que levasse a princesa
ao nocaute
ora, não sei cantar estrelas
embora adivinhe a partitura
o menino maior ensina
a construção de sistemas paraconsistentes
com bolas de ping-pong
o menor desmancha cidades e
esculpe doces de malvavisco
a retórica se desfaz com o dente partido
melhor proteger os olhos de uma grande verdade
que do sol
talvez evitar que o porta-aviões no armário
invadam a geladeira
se não é possível prever a trajetória de uma partícula
então uma bolha possa explicar o conceito de poesia
disse bula, não importa
nenhuma palavra sobrevive ao caos
nem a palavra caos
dois meninos cruzam o arco da desesperança
manobras indecisas na órbita do sorvete
sinais de fenda no tempo, sob o band-aid
todas as partes, gravetos ou conchas, se encaixam
na lógica desse abraço


[Reynaldo Damazio]

17/12/2008

Os Dragões não conhecem o paraíso
Tenho um dragão que mora comigo.
Não, isso não é verdade.
Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu.
Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele estava comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs da ausência dele, pensei assim: os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderam no caos da desordem sem nexo.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.

Essa imagem me veio hoje pela manhã quando abri a janela e vi que não suportaria passar mais um dia sem contar essa história de dragões. Gosto de dizer, tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade.

Como eu dizia, um dragão jamais pertence a nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja um unicórnio, salamandra, elfo, sereia ou ogro. Eles não dividem seus hábitos. Ninguém é capaz de compreender um dragão. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro) sempre batem a cauda três vezes, como se estivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja a sua maneira desajeitada de dizer: que seja doce.

"Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte."
[Do Livro "Os Dragões Não Conhecem o Paraíso", de Caio Fernando de Abreu]

16/12/2008


Tipos de Dragões

Em DRAGÕES: UMA FANTASIA QUE SE TORNA REALIDADE, os dragões retirados dos mitos e lendas são agrupados em quatro categorias:

Dragão Pré-históricoOs dragões do período cretáceo foram os maiores animais voadores que já existiram. O dragão pré-histórico é descendente do grupo de dragões aquáticos ou semi-aquáticos que ocupou os pântanos costeiros há mais ou menos 200 milhões de anos, no final do período Triássico, e que deu origem a espécies marítimas e terrestres. As espécies terrestres eram inicialmente quadrúpedes e corriam sobre as quatro patas sem poder voar ou cuspir fogo. Uma dessas espécies desenvolveu a habilidade de correr sobre as pernas traseiras. Como as pernas dianteiras deixaram de ser usadas para se manter de pé ou correr, continuaram evoluindo, transformando-se eventualmente em asas e tornando o vôo possível. Este processo é quase exatamente igual ao da evolução do vôo dos pássaros, descendentes de um pequeno dinossauro bípede.
Em determinado momento - e não existem provas fósseis desta teoria -, os dragões teriam hospedado no intestino uma bactéria ativa capaz de produzir hidrogênio. Isto permitiria que, apesar do seu tamanho, os dragões não sofressem as mesmas restrições de vôo dos pássaros e morcegos, e chegassem a ser os maiores animais voadores da história, desafiando um dos maiores carnívoros daquela época, o Tiranossauro Rex. Além disso, os dragões teriam ingerido minerais inorgânicos, tais como platina, provocando a ignição catalítica do hidrogênio produzido nos intestinos. Esta potente arma, o fôlego de fogo, completou o arsenal do dragão. Começava então, o reinado do dragão pré-histórico.

Dragão MarinhoAlgumas das primeiras espécies de dragões eram aquáticas ou semi-aquáticas e vasculhavam os pântanos e as costas litorâneas, vivendo, na verdade, de maneira muito semelhante aos crocodilos modernos. Quando há cerca de 65 milhões de anos, uma explosão cataclísmica provocou a extinção em massa dos seres vivos, estes dragões aquáticos sobreviveram. Uma eventual mutação dotou estes dragões com um terceiro par de membros, suplementares aos outros dois, e fez desta nova espécie a única classe de vertebrados de seis pernas.
Alguns destes novos dragões recolonizaram a terra, tornando-se completamente terrestres. Seus membros suplementares evoluíram nas asas totalmente funcionais dos dragões voadores. Outros permaneceram aquáticos, especializando-se mais e mais em recursos alimentares marinhos, como os crustáceos, peixes e tartarugas, animais que conseguiam pegar nas águas rasas do litoral. Com o passar do tempo, eles evoluíram adaptando-se a uma vida plenamente aquática e suas asas rudimentares transformaram-se em barbatanas.
Os peixes ficavam presos na boca dos dragões, cada vez maior e mais longa, e armada com um grande número de dentes afiados que podiam segurar as presas escorregadias. Asas, é claro, eram obstáculos e inúteis na água, e, com o tempo, diminuíram e desapareceram. O exemplo mais famoso de dragão marinho talvez seja o Monstro do Lago Ness.

Dragão da Floresta
Os dragões da floresta viviam em matas densas e bambuzais. Eles mantiveram a forma corporal longa e sinuosa dos seus ancestrais aquáticos, uma adaptação útil para atravessar com rapidez a vegetação quase impenetrável da floresta. Conseguiram também reter a capacidade de nadar e, em épocas de muito calor, ou escapando de perigos como os incêndios nas florestas, eles tinham a alternativa de voltar aos rios. As asas dos dragões da floresta eram curtas e incapazes de voar. Entretanto, estes dragões eram capazes de saltos extraordinários, curvando seus corpos em forma de uma espécie de aerofólio, conseguindo um “impulso” extra das pequenas asas e reduzindo seu peso graças às vesículas de vôo cheias de hidrogênio, como as dos dragões pré-históricos. Alguns descendentes dos dragões da floresta saíram das matas em busca de alimentos em terrenos abertos, resultando nos magníficos dragões que habitaram a China e o Sudeste da Ásia, além de outras subespécies isoladas que viveram nas ilhas japonesas.

Dragão da Montanha
O dragão da montanha é assim denominado porque durante o período medieval viveu restrito principalmente às montanhas e a outros habitats remotos. O nome, entretanto, é um pouco inapropriado, pois antes de sofrer a pressão da agricultura e do crescimento da população humana, a espécie vivia muito mais espalhada nas florestas das planícies e não ficava restrita às montanhas. Como todos os dragões do período pós-Cretáceo, os dragões da montanha tinham seis membros: um par de asas, além dos dois pares de pernas, resultado de uma vantajosa mutação que ocorreu após a extinção do dragão pré-histórico de duas pernas e duas asas. O corpo do dragão da montanha era relativamente curto, se comparado ao do dragão marinho. Um corpo compacto era essencial para voar, pois uma coluna vertebral longa e flexível é uma desvantagem para o vôo. A cauda era tão longa quanto o corpo, com uma estrutura em forma de ponta de flecha e afiada como uma lâmina, que servia como arma defensiva. Um golpe lateral da cauda de um dragão poderia decepar o braço de um homem.

(Retirado do site oficial do Discovery Channel)

Dragões no Oriente

"Na China, a presença de dragões na cultura é anterior mesmo à linguagem escrita e persiste até os dias de hoje, quando o dragão é considerado um símbolo nacional chinês. Na cultura chinesa antiga, os dragões possuíam um importante papel na previsão climática, pois eram considerados como os responsáveis pelas chuvas. Assim, era comum associar os dragões com a água e com a fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva para eles, mesmo que ainda fossem capazes de causar muita destruição quando enfurecidos, criando grandes tempestades. As formas quiméricas do dragão Lung chinês, que misturam partes de diversos animais, também influenciaram diversos outros dragões orientais, como o Tatsu japonês.

Nos mitos do extremo oriente os dragões geralmente desempenham funções superiores a de meros animais mágicos, muitas vezes ocupando a posição de deuses. Na mitologia chinesa os dragões chamam-se long e dividem-se em quatro tipos: celestiais, espíritos da terra, os guardiões de tesouros e os dragões imperiais. O dragão Yuan-shi tian-zong ocupa uma das mais altas posições na hierarquia divina do taoísmo. Ele teria surgido no princípio do universo e criado o céu e a terra.

Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino semelhante. O dragão Ryujin, por exemplo, era considerado o deus dos mares e controlava pessoalmente o movimento das marés através de jóias mágicas."
Dragões Brancos

Embora não pareça são os mais perigosos dos Dragões. Residem na Lua, por isso também são chamados de Dragões da Lua. Dizem que ele foi um Dragão Dourado, que aprendeu os segredos de todos os outros, tornando-se poderoso e perigoso.
Temendo o que ele poderia fazer, os Dragões Antigos decidiram pelo seu exílio. O único lugar que ele achou onde não era regido por seus irmãos foi a Lua.
Atormentado pela saudade que lhe queimava o imenso coração ele enlouqueceu. Adquiriu o poder de tornar-se incandescente, alucinado de dor, saudade e revolta. Afinal ele conheceu o desprezo, o preconceito e o medo...
Não mais os mares azuis, nem as verdes florestas nem os calorosos mergulhos nas lavas vulcânicas... Somente a solidão e o silêncio.
Então um dia, Cibele, a Deusa da Terra e da Lua, compadecida de sua dor, resolveu que era a hora de enxugar as lágrimas do Dragão. Passou a encontrá-lo e cantar melodias que eram puro amor. Amor de mãe, de esposa, de avó. Ensinou-lhe o auto-controle, a disciplina e a meditação.
Isso o tornou mais centrado e mais perito... Conseguiu se harmomizar com maestria com todos os outros elementos. Desenvolveu então a tonalidade prateada reluzente, qual a própria Lua.
Depois que ele se tornou um mestre, Cibele deu lhe filhos, à sua imagem e semelhança.
Sempre que a Deusa é ultrajada, ele deixa seu exílio e vem à Terra defender sua honra, ocasião única onde ele se ira e enlouquece, tornando-se novamente incandescente, até que Ela seja vingada. É responsável pelas Pandemias e hecatombes.
Quando a humanidade entender que sem a Terra não há sobrevivência, como ele próprio entendeu, ele deixará sua fúria e será um grande amigo. É chamado pelos outros dragões de "Flagelo dos Deuses".

O DRAGÃO E A LUA VERMELHA
(Marco Milani - IL DRAGO E LA LUNA ROSSA)

Lua vermelha como fundo
Ao Dragão que voa,
Não duas coisas distintas
Mas uma só alma.

Calmas asas desdobradas
sem movimento de vento,
círculo vermelho profundo,
céu negro estrelado.

E em uma única letra,
por vital acordo
de potência latente,
que não explodirá nunca.

O DRAGÃO ESCARLATE CONTRA A DURA COURAÇA DA RAZÃO

O dragão escarlate
Contra a dura couraça da razão
Eterna alquimia
De transformar a dor em (púr)pura emoção
Doce quimera
Alcançar o lendário continente-coração
Construir pontes de plumas
Para ultrapassar as muralhas do palpável
Adentrar os ilimitados portais da alma
Flertar com a liberdade e a loucura
Da labiríntica procura
Do antídoto de nós mesmos
Retirar a máscara de ferro
E derrubar as grades do castelo
Da nossa mais cruel inquisição...

(Gustavo Adonias)

07/12/2008

A ESTRELA VERDE

Milhões e milhões de estrelas no céu. Todas as cores: brancas, lilases, vermelhas, azuis ... Um dia elas procuraram o Senhor Deus, todo poderoso, e lhe disseram:
- Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra entre os homens.
- Assim será feito - respondeu Deus - conservarei todas vocês pequeninas como são vistas, e podem descer à Terra.
Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar e correr com os vagalumes no campo, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando a Terra escura e triste.
- Por que voltaram ? - perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao Céu.
- Senhor, não foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, desgraça, fome, violência, guerra, maldade e muitas doenças.
E o Senhor lhes disse:
- Claro, o lugar real de vocês é aqui no Céu. A Terra é um lugar transitório, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre e onde nada é perfeito. O lugar onde tudo é perfeito é aqui no Céu, onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada perece.
Depois de chegarem todas as estrelas e conferido o seu número, Deus falou de novo:
- Mas está faltando uma estrela, perdeu-se no caminho ?
Um anjo, que estava perto retrucou:
- Não, Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens; ela descobriu que seu lugar á exatamente onde existe imperfeição, onde há limites, onde as coisas não vão bem.
- Mas que estrela é essa ? - voltou Deus a perguntar.
- Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa cor.
- E qual a cor dessa estrela ? - insistiu Deus.
E o anjo disse:
-A estrela é a verde, Senhor. A estrela do sentimento da esperança...
E quando então olharam para a Terra, a estrela já não estava só. A Terra estava novamente iluminada.
Porque o único sentimento que o Homem tem e Deus não tem é a Esperança.
Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que não sabe como será seu futuro...

Autor desconhecido

O Que Não é Amor...

Já se falou tanto em amor, amizade e paixão...
Que tal falarmos do que não é amor?

Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor.
É CARÊNCIA.

Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso não é amor.
É FALTA DE AMOR PRÓPRIO.

Se você acredita que "ruim com ela(e), pior sem ela(e)", e sua vida fica vazia sem essa pessoa; não consegue se imaginar sozinho e mantém um relacionamento que já acabou só porque não tem vida própria - existe em função do outro - isso não é amor.
É DEPENDÊNCIA.

Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, de ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor.
É EGOÍSMO.

Se você não sente desejo; não se realiza sexualmente; prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela, isso não é amor.
É AMIZADE.

Se vocês discutem por qualquer motivo; morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situações; não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor.
É DESEJO.

Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso; sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor.
É PAIXÃO.

Agora, sabendo o que não é amor, fica mais fácil analisar, verificar o que está acontecendo eprocurar resolver a situação. Ou se programar para atrair alguém por quem sinta carinho e desejo; que sinta o mesmo por você, para que possam construir um relacionamento equilibrado no qual haja, aí sim, o verdadeiro e eterno amor.
[Augusto Schimanski]