A desconfiança vive em mim, e hospeda-se na minha mente.
É causadora de ilusões e ciúme, é sugadora de emoções e bem-estar.
Provoca indecisões, gera conflitos, origina a dúvida,
e faz-me desconfiar de tudo e todos, menos de mim mesmo.
Desconfio de um riso escondido, de um segredo contado.
Desconfio de um trocar de olhares, de um beijo corrido.
Desconfio da verdade, desconfio do próprio silêncio.
E até desconfio do tempo, da chuva, do sol e da luz.
E a minha desconfiança é de tal forma louca e exagerada,
e está de tal forma à flor da pele, que me irrita profundamente
e me dá vontade de puxar e arrancar os cabelos de frustração.
“Irra, que já enerva! Vai-te embora, ó desconfiança!”
Se a minha desconfiança tivesse cabeça diria que tinha parafusos a menos.
É que vai e vem. Por vezes vai tão alto, tão alto, que sufoca
no centro do universo, sem ar nos pulmões,
desvanecendo, como se nunca tivesse existido sequer.
E eu volto a confiar novamente, aproveitando este momento de liberdade,
em que a minha mente vagueia novamente independente,
e já não hospedeira da minha própria revolta, da minha desconfiança.
(By pedrobito)
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