20/01/2010


Aves sem ninho, aos filhos do Haiti

Tinta escura de Goya
Um painel
Que ele pinta no céu
Escombros em nanquim
Borrado
Por lágrimas da primavera
Sobre despojos e dor
Sobre fome e torpor
Na arena
Despedaçados pelo touro
Que alavancou a placa tectônica
Os filhos do Haiti se debatem
Peças de um jogo obsceno
Onde não existe decência
Clemência
Peões de carne
Que os poderosos manejam
Visando uma glória gangrenada
Pelo Sangue dos pequeninos
E a voz do pai na memória
Soterrada
Os filhos do Haiti em dor
Naquela poesia do Guerra Junqueira
Que cai com uma lágrima incolor
“Pobres de pobres são pobrezinhos,
Almas sem lares, aves sem ninhos...”

(By Bárbara Lia)

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